30 setembro 2011

Amor incondicional de Érica é forte para enfrentar as dores do acidente de Robson.

Boa noite pessoal!

Vou postar aqui uma entrevista muito bonita do blog A vida Segue- Ourinhos da Eliana Fernandes.

Obrigada Eliana por compartilhar essa entrevista!

Link para a Entrevista



Érica se emociona ao falar do seu amor e do rumo que suas vidas tomaram depois de um trágico mergulho que deixou seu noivo tetraplégico.

A vida segue- Érica, como você conheceu o Robson?


Érica: O Robson tinha uma agência de viagens, em 2004 participei de uma excursão para Caconde, interior de São Paulo onde fizemos um passeio de rafting.

A vida segue: Foi amor à primeira vista?

Érica: Sim, eu o vi pela primeira vez naquela excursão, desde o primeiro momento eu já não conseguia tirar os olhos dele, sem imaginar que ele também estava sentindo o mesmo.

A vida segue: De que forma percebeu o sentimento dele?

Érica: Ele era um dos guias, fomos para praça, uma certa hora, ele chamou o grupo para irmos dormir porque teríamos um passeio logo cedo, ele aproveitou para me abraçar já que estávamos numa abraço coletivo, chegando na pousada ele me chamou e me beijou pela primeira vez. Voltamos para São Paulo e continuamos nos encontrando estávamos apaixonados.

A vida segue: Vocês começaram o namoro esperando ter uma vida normal?

Érica: Ainda não tínhamos começado, ele me contou que havia outra pessoa grávida dele, fiquei confusa, quis parar, ele insistiu e continuamos, depois tivemos uma conversa e resolvi me afastar dizendo a ele que só me procurasse quando tudo estivesse resolvido.

A vida segue: Como ele voltou?

Érica: Em agosto de 2007 ele foi me buscar na porta de uma balada e outubro do mesmo ano começamos a namorar, vivíamos muito bem, nós nos completávamos, éramos amigos, companheiros, cúmplices, apaixonados, era um verdadeiro conto de fadas.

A vida segue: O eu veio fazer com que as vidas de vocês tivessem outro caminho?

Érica: A agência de viagem dele montou um passeio de reveillon para a Ilha do Mel no Paraná, no dia 01/01/10 fizeram um passeio de barco, pararam para um mergulho, o Robson saltou e bateu a cabeça num banco de areia, o levaram rapidamente para o hospital da cidade portuária, lá não tinha nenhum recurso, nem médico e o problema foi se agravando, ele teve duas paradas cardiorespiratórias e só foi transferido para Curitiba no dia seguinte.

A vida segue: Você estava com ele nesse passeio?

Érica: Não, eu estava em Ilha Bela, litoral de São Paulo, quando fiquei sabendo chovia muito não conseguia sair de lá, entrei em desespero, fiquei sem chão, somente no dia seguinte consegui pegar um avião para Curitiba. A cada momento o estado dele se agravava, a cirurgia só foi realizada após trinta horas do acidente e desde então vivo ao lado dele.

A vida segue: Como você recebeu a notícia que ele havia ficado tetraplégico?

Érica: Desesperada, eu não poderia perder o homem que eu amo, ele é muito importante para mim, a minha melhor parte. Quando o amigo dele me ligou contado o ocorrido, tentei forte, pois o Robson iria precisar muito de mim e a minha maior certeza era que eu não poderia perdê-lo. No dia 05/01 voltei para São Paulo, ele voltaria em breve, vim na frente para agilizar as coisas e com uma certeza de que eu ira cuidar dele no que precisasse.

A vida segue: Que tipo de providencias eram necessárias naquele momento?

Érica: A primeira providência foi transferi-lo para São Paulo, para um hospital que pudesse atedendê-lo. Na mesma semana passei horas pesquisando na internet, consegui contato na AACD e outras entidades, busquei informações em vários sites, encontrei depoimentos de pessoas que também haviam sofrido o mesmo tipo de acidente, entrei em contato, passei fazer parte de outro mundo, um lugar onde pessoas têm suas vidas modificadas por uma fatalidade.

A vida segue: Você já tinha convivido com pessoas com deficiência?

Érica: Diretamente, na minha família ou amigos não, mas a escola que estudei dos seis aos quatorze anos ficava dentro de uma instituição para pessoas com deficiência, minha mãe era professora de crianças especiais e sempre ia à sala deles. Eram crianças lindas, de coração puro, às vezes desenhavam para mim e eu achava o máximo.

A vida segue: Qual foi a reação do Robson ao saber de sua nova condição física?

Érica: No começo ele entrava em crise, falava em morrer, mas acho que isso é normal para uma pessoa que vivia em plena atividade, praticava cinco modalidades esportivas.

A vida segue: Quando ficaram noivos?

Érica: Quando ele acordou, uns cinco dias depois do acidente, ele me contou que planejava me pedir em casamento no dia do meu aniversário, então ele fez o pedido e ficamos noivos ali mesmo no hospital onde ele ficou internando por dez meses.

A vida segue: Alguma vez ele pediu que você fosse embora, seguisse sua vida, ou você teve vontade de desistir?

Érica: Não, ele sempre me quis ao lado dele, no começo ele ficou inseguro, mas eu passei a segurança que ele precisava, com muito amor, dedicação, carinho, me transformei em seu porto seguro e quanto a desistir, jamais tive esse pensamento, eu o amo muito, ele é o meu gatinho.

A vida segue: O que sua família pensa sobre a situação que você vive?

Érica: A minha família me apóia, sofre junto comigo, nunca me pediu para abandoná-lo, dizem que me admiram pela coragem e fé, minha mãe diz que esse amor é incondicional e que vem de Deus.

A vida segue: Você aceitou o pedido de casamento, tem consciência da vida de limitações e superações que você enfrentará?

Érica: Sim, quando eu aceitei em 2010 eu já tinha consciência disso, o meu amor é incondicional, eu o amava antes do acidente e continuo amando hoje da mesma forma. O que move nosso amor é a fé, a confiança em Deus, pois pus minha vida em suas mãos.

A vida segue: Como é sua vida hoje?

Érica: Levo uma vida normal, trabalho, tenho meus amigos, minha família e a esperança de que um dia o Robson esteja junto conosco nos passeios e festas como era antes. Ele sofreu o acidente com 36 anos, hoje tem 38, tem muito tempo para vivermos nossa história de amor.

A vida segue: O que você pensa sobre a vida hoje?

Érica: Eu diria que nosso bem maior é a vida e que mesmo passando por tudo isso, nem o Robson e nem eu pensamos em desistir nunca, acreditamos em Deus e sabemos que vamos superam juntos muitos obstáculos ainda.

2 comentários:

  1. Obrigada por postar a matéria que fiz, pois é uma história linda demais para ficar apenas em um blog..beijos

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